O Presidente russo, Vladimir Putin, promulgou uma lei que formaliza a rutura do acordo com os Estados Unidos sobre o reprocessamento de plutónio, um pacto da era pós-Guerra Fria destinado a limitar a produção de novas armas nucleares. A decisão é vista como mais um golpe nas estruturas de controlo de armamento entre as duas maiores potências nucleares. O Acordo de Gestão e Processamento de Plutónio, assinado em 2000, comprometia Moscovo e Washington a transformar 34 toneladas de plutónio militar em combustível para centrais nucleares, material suficiente para produzir cerca de 17.000 ogivas. Embora o Kremlin já tivesse suspendido unilateralmente a sua aplicação em 2016, durante a administração de Barack Obama, a nova lei formaliza a denúncia definitiva do tratado.
A medida surge num contexto de crescente retórica nuclear por parte de Moscovo desde a invasão da Ucrânia.
Poucos dias após o início da ofensiva, Putin colocou as forças nucleares em alerta máximo e, em 2024, reduziu o limiar para o uso de tais armas.
A rutura do acordo coincide com o anúncio russo do teste bem-sucedido do míssil de cruzeiro nuclear ‘Burevestnik’, alimentando receios de uma nova corrida ao armamento.
As autoridades norte-americanas consideravam o pacto um dos pilares da cooperação nuclear entre os dois países.
O seu término assinala o colapso contínuo dos mecanismos de controlo que ajudaram a manter a estabilidade estratégica durante décadas.
Em resumoAo abandonar formalmente o acordo de plutónio com os EUA, a Rússia desmantela mais um pilar do controlo de armas da era pós-Guerra Fria. A decisão, alinhada com a recente escalada nuclear de Moscovo, agrava a desconfiança entre as duas potências e aumenta os riscos de uma nova e descontrolada corrida ao armamento.