Em resposta, o Kremlin ameaçou a UE com "muitas dores de cabeça" e consequências legais duradouras caso avance com a proposta.

Desde o início da invasão, cerca de 210 mil milhões de euros em bens do banco central russo foram imobilizados na UE, maioritariamente na Bélgica. A Comissão Europeia propõe a criação de um "empréstimo de reparações" de 140 mil milhões de euros, garantido pelos lucros gerados por estes ativos. No entanto, a Bélgica, onde está sediada a câmara de compensação Euroclear, teme as repercussões legais e financeiras de tal medida, exigindo uma partilha de riscos a nível europeu.

Países como a Dinamarca, Finlândia e Suécia insistem que esta é a "única solução razoável", rejeitando alternativas como a emissão de nova dívida conjunta.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, advertiu que a UE parece "disposta a tomar decisões precipitadas" que podem causar "muitos problemas". O presidente do parlamento russo, Viacheslav Volodin, foi mais longe, afirmando que os países europeus envolvidos neste "roubo" terão de pagar "somas muito maiores, com juros", e que as gerações futuras não os perdoarão.

Apesar do impasse, a Comissão Europeia continua a trabalhar para apresentar uma proposta juridicamente sólida em dezembro, focando-se na utilização dos ativos russos como a principal via de financiamento para a Ucrânia.