A nova lei, aprovada pela Duma, estende a convocatória para o serviço militar a todo o ano, em vez das tradicionais campanhas de primavera e outono. Mais importante, um projeto de lei separado permitirá que o presidente convoque reservistas para "tarefas de defesa" de infraestruturas críticas e para participação em operações militares no estrangeiro, através de uma simples decisão presidencial, contornando a aprovação parlamentar. Segundo Andrei Kartapolov, presidente do Comité de Defesa da Duma, a lei usa "definições amplas" que dão ao Kremlin margem para empregar até dois milhões de reservistas em múltiplas circunstâncias. Um vice-almirante russo negou que a medida implique uma nova mobilização para a Ucrânia, mas analistas e organizações da sociedade civil, como a ONG Idite Lesom, acreditam que "Putin está a preparar-se para futuras guerras, dando a si próprio mais liberdade de ação".

Esta reforma legislativa, aliada à digitalização das convocações e ao reforço do controlo fronteiriço, torna mais difícil evitar o recrutamento e sinaliza a reorientação de "todo o aparelho estatal russo... para a guerra".