Estas declarações provocaram fortes reações de líderes europeus e aprofundaram as divisões transatlânticas. A nova doutrina de política externa de Trump representa uma rutura histórica com décadas de aliança transatlântica.

O documento e as entrevistas subsequentes do presidente norte-americano não só criticam as políticas migratórias e regulatórias da UE, mas também prometem interferir diretamente na política europeia, apoiando "partidos patriotas europeus".

Esta posição está a criar uma fissura na extrema-direita europeia: enquanto o partido alemão AfD aplaude o apoio de Trump, o Reunião Nacional de Marine Le Pen em França critica a retórica, afirmando que Trump trata a Europa "como uma colónia".

A reação dos líderes europeus foi de repúdio.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que a Europa "não pode aceitar esta ameaça de interferência", enquanto Ursula von der Leyen declarou que "ninguém deve interferir" na democracia europeia.

A desconfiança atingiu um ponto tal que os serviços de informações da Dinamarca, um aliado da NATO, incluíram pela primeira vez os EUA na sua avaliação anual de ameaças à segurança, citando a sua imprevisibilidade e o uso do poder económico para "impor a sua vontade". A estratégia de Trump, que ecoa a teoria da "grande substituição", visa enfraquecer o projeto europeu para facilitar a influência de Washington sobre os governos nacionais.