Esta fratura na unidade europeia enfraquece a pressão sobre Moscovo e complica a estratégia de longo prazo do bloco.
A votação para manter os ativos russos imobilizados indefinidamente expôs claramente esta divisão: Hungria e Eslováquia, ambos com governos considerados favoráveis a Moscovo, votaram contra.
Embora a medida tenha sido aprovada por maioria qualificada, a oposição destes países sinaliza um desalinhamento persistente.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, tem sido o opositor mais vocal, bloqueando ou atrasando repetidamente pacotes de sanções e ajuda financeira a Kiev.
A esta oposição junta-se agora o novo primeiro-ministro da República Checa, Andrej Babis, que anunciou o fim do financiamento do seu país à Ucrânia.
“Não temos dinheiro para outros países.
A Comissão Europeia tem de encontrar outras formas de financiar a Ucrânia”, afirmou Babis, numa mudança drástica da política externa checa.
Além dos vetos políticos, existem também fortes reservas de natureza económica e jurídica.
A Bélgica e, mais recentemente, a Itália, manifestaram oposição ao plano de utilizar os ativos russos para um empréstimo de reparações, temendo as consequências legais e financeiras. Esta falta de consenso numa questão tão central como o financiamento da Ucrânia é vista como uma vitória para a Rússia e para a administração Trump, que, segundo vários analistas, procura explorar as fissuras internas da UE para a enfraquecer.












