O Kremlin vê com ceticismo a participação europeia no processo, sinalizando que apenas um acordo que satisfaça os seus objetivos estratégicos será aceitável. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, baixou as expectativas sobre uma solução negociada com a Europa, afirmando que “a participação dos europeus, em termos de aceitabilidade [do acordo por Moscovo], não é um bom presságio”. Esta desconfiança é partilhada por Yuri Ushakov, assessor de política internacional de Putin, que se mostrou cético em relação às alterações introduzidas ao plano inicial de Trump, que fora bem acolhido em Moscovo.
“Não sei o que resultará no papel depois dessas consultas.
Mas dificilmente será algo bom”, comentou Ushakov.
A Rússia insiste que qualquer acordo deve contemplar a cedência total do território do Donbass, uma exigência que Kiev recusa. O Presidente Vladimir Putin reafirmou que a Rússia continuará a ofensiva militar até alcançar os seus objetivos, que incluem a conquista do que classifica como “territórios históricos russos”.
A diplomacia russa também desconfia da abertura de Zelensky à realização de eleições, acreditando que o líder ucraniano vê o sufrágio apenas “como uma forma de alcançar um cessar-fogo”. A recusa de Moscovo em aceitar um cessar-fogo como condição prévia para o avanço das negociações, uma exigência de Kiev, demonstra a sua intenção de continuar a usar a força militar como principal instrumento de pressão.












