A decisão foi o culminar de negociações tensas que puseram à prova a unidade do bloco.

Em cima da mesa estavam duas opções principais: o "plano A", que previa um empréstimo de reparações baseado nos ativos russos imobilizados, e o "plano B", a emissão de dívida conjunta. A primeira opção, defendida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, enfrentou a oposição intransigente da Bélgica, que alberga a maior parte dos 210 mil milhões de euros em ativos russos e temia as repercussões legais e financeiras.

O primeiro-ministro belga, Bart de Wever, exigiu garantias que os restantes Estados-membros não estavam dispostos a conceder na totalidade.

Perante o impasse, e com a Hungria a classificar o uso de ativos russos como um passo para a "guerra", os líderes optaram pelo "plano B".

Este mecanismo, no entanto, não contará com a participação da Hungria, Eslováquia e República Checa, que concordaram em não bloquear a iniciativa, mas recusaram partilhar o encargo da dívida.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, saudou o acordo como uma "mensagem cristalina" para o Kremlin, sublinhando que "a Ucrânia apenas vai pagar este empréstimo quando a Rússia pagar as reparações".