Embora tenha admitido que os docentes tiveram razões para protestar por terem sido "muito maltratados em Portugal durante demasiado tempo", as suas palavras foram interpretadas como uma crítica à visibilidade dos protestos. As declarações do governante foram proferidas em diferentes ocasiões, mas com uma mensagem consistente.
Numa delas, afirmou que os protestos fazem com que os professores percam autoridade. Noutra, detalhou que, embora os motivos para o descontentamento sejam legítimos, a exposição pública em manifestações de rua retira uma certa dignidade ou prestígio associado à profissão.
A reação a estas afirmações não é detalhada nos artigos, mas a sua repetição em vários títulos noticiosos indica o seu impacto mediático.
O ministro enquadra a sua perspetiva numa visão de valorização social da carreira, que, no seu entender, é prejudicada pela imagem de conflito permanente.
Esta posição surge num momento em que o ano letivo se inicia com a FENPROF a anunciar novas greves, nomeadamente ao sobretrabalho, à componente não letiva e às horas extraordinárias, demonstrando que a tensão entre o Governo e as estruturas sindicais persiste.
As palavras de Fernando Alexandre contrastam com o seu reconhecimento das dificuldades da classe, criando uma ambiguidade na sua relação com os docentes que representa.