A análise dos números revela a profundidade do problema: Portugal necessita de mais 20 mil docentes até 2030, mas nos últimos dez anos formou apenas 17 mil em todo o país.
A situação é particularmente crítica no Algarve, onde, no ano passado, metade das vagas para mestrados em ensino ficaram por preencher.
Em contraste, em Lisboa, Porto e Braga, a procura por estes cursos tem sido superior à oferta, indicando uma forte concentração regional tanto na formação como na disponibilidade de profissionais. O ministro da Educação, Fernando Alexandre, reconheceu um aumento de 20% na procura pelos cursos de educação, mas os números globais continuam a ser insuficientes. Para responder a esta carência, o Governo estabeleceu contratos-programa com seis instituições de ensino superior públicas da Grande Lisboa e do Algarve, que passarão a ter metas anuais para a formação de novos professores, recebendo um valor por cada diplomado. Esta medida visa incentivar a formação nas áreas onde a escassez é mais sentida, mas enfrenta o desafio de tornar a carreira docente novamente atrativa para os jovens, um fator crucial para resolver o problema a longo prazo.