A medida, que recomenda restrições também para o 3.º ciclo, está a ser implementada de formas distintas pelas escolas, com reações mistas por parte da comunidade educativa.
A diretiva do Governo visa promover a concentração nas aulas e a socialização nos intervalos, mas a sua aplicação prática varia.
Em Vale de Cambra, no Agrupamento de Escolas de Búzio, a proibição foi estendida até ao 9.º ano e, segundo a direção, foi bem acolhida pelos alunos. Numa escola secundária em Quarteira, que acolhe alunos de 62 nacionalidades, a direção está a desenvolver um plano de restrição com o apoio dos próprios estudantes, que reconhecem que os telemóveis dificultam o convívio. Em Castelo Branco, a medida também foi bem recebida, uma vez que a escola já aplicava restrições.
No Porto, a Escola Fontes Pereira de Melo foi mais longe, proibindo os dispositivos a todos os alunos, incluindo os do secundário, embora com exceções para uso pedagógico.
O debate sobre a medida é complexo.
Por um lado, reconhece-se o "vício" dos ecrãs e o seu impacto negativo na socialização e concentração.
Por outro, surgem preocupações sobre o aumento da agressividade nos recreios e os desafios de fiscalização para os assistentes operacionais, cujo número é considerado insuficiente por diretores e associações de pais.