As declarações, proferidas perante alunos, motivaram uma resposta contundente da Fenprof, que acusa o governante de desvalorizar o direito à manifestação e de atacar direitos fundamentais. Durante uma visita à escola secundária Dr. Joaquim de Carvalho, na Figueira da Foz, o ministro Fernando Alexandre comentou a contestação da classe docente, afirmando que os professores “perdem a aura” quando se manifestam. Esta declaração foi imediatamente criticada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que a considerou uma desvalorização do direito à manifestação, um pilar da democracia. Numa carta aberta dirigida ao ministro, a Fenprof argumentou que as lutas dos docentes “sempre tiveram como objetivo o progresso”, citando a busca por “melhores condições de vida e de trabalho, valorização social e material da profissão, estabilidade, reforço do investimento na Educação e concretização de uma escola pública democrática”.
O sindicato estabeleceu um paralelo histórico, recordando que mesmo durante o Estado Novo, quando as manifestações eram proibidas, os professores que se arriscaram “nunca perderam a sua ‘aura’”.
A Fenprof acusou ainda o governante de integrar um Governo com intenções de “atacar outros direitos fundamentais”, como o direito à greve.
Curiosamente, noutras declarações, o próprio ministro admitiu que os professores tiveram razões para protestar, reconhecendo que foram “muito maltratados em Portugal durante demasiado tempo”, o que torna a sua afirmação sobre a “aura” ainda mais controversa e reveladora da tensão existente entre a tutela e a classe docente.