Um estudo recente, realizado antes da proibição oficial para os ciclos básicos, já demonstrava que esta prática era mais comum no setor privado, antecipando uma medida que marca o início do novo ano letivo.

Segundo o estudo “A Voz dos Professores”, entre março e junho, 89% das escolas privadas do 1.º ciclo já proibiam o uso de smartphones, em comparação com 59% das escolas públicas.

No ensino secundário, a tendência mantinha-se, com 43% dos estabelecimentos privados a imporem regras restritivas, face a 35% no setor público.

A implementação da proibição nos 1.º e 2.º ciclos veio uniformizar parcialmente esta realidade, mas a discussão sobre a sua eficácia e impacto continua.

Alguns relatos indicam que, após uma semana da medida, as escolas ganharam um “novo ritmo”, com mais interação social nos intervalos e maior concentração nas aulas. Professores e alunos notam um ambiente mais “vivo” nos recreios, onde as conversas e brincadeiras substituíram o silêncio dos ecrãs.

No entanto, a medida não é consensual.

Críticos argumentam que a tecnologia é uma ferramenta educativa indispensável e que uma proibição total pode ser um retrocesso, defendendo antes uma aposta na educação para um uso equilibrado e responsável. O estudo também revela que os professores mais jovens e os do setor privado são os que mais utilizam ferramentas digitais, como a gamificação e a Inteligência Artificial, para preparar as aulas, o que pode acentuar desigualdades entre alunos se não houver um apoio técnico e formativo generalizado.