A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estima que existam 1.397 horários por preencher, o que afeta cerca de 109 mil alunos, um número superior ao do ano anterior.

A situação é particularmente grave a sul do Tejo, onde, segundo a Missão Escola Pública, a falta de professores de disciplinas como Matemática, Português e Biologia/Geologia é gritante, não tendo sido colocado qualquer docente nestas áreas através da 3.ª Reserva de Recrutamento. Esta carência obriga as escolas do Sul, especialmente nas zonas de Lisboa, Península de Setúbal e Algarve, a recorrer à contratação de recursos humanos sem a qualificação profissional exigida, uma solução que o movimento de professores descreve como um "remendo". A Missão Escola Pública alerta que esta situação está a criar uma divisão na rede pública, com "escolas com professores profissionalizados e escolas de recurso", o que "compromete de forma grave a equidade no acesso à educação, transformando o local onde se nasce e estuda num fator determinante da qualidade do ensino a que se tem direito". O Ministério da Educação tem procurado agilizar a colocação de docentes, reduzindo o intervalo das reservas de recrutamento, mas sindicatos e movimentos cívicos consideram a medida insuficiente, uma vez que as bolsas de recrutamento para muitas disciplinas estão esgotadas, não havendo profissionais disponíveis para preencher as vagas.