Numa medida de emergência para combater a falta de professores no início do ano letivo, o Ministro da Educação, Fernando Alexandre, determinou o regresso de 90 docentes que exerciam funções em serviços centrais do Ministério às salas de aula. A decisão visa garantir aulas a milhares de alunos, especialmente em disciplinas e regiões com maior carência de profissionais. A maioria dos professores reintegrados pertence a áreas críticas como o 1.º Ciclo do Ensino Básico e as disciplinas de Português, Matemática e Informática, onde a dificuldade de contratação tem sido mais acentuada.
Estes docentes estavam em mobilidade em organismos como a Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE), a Direção-Geral da Educação (DGE) e a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP).
Segundo o Ministério, a sua reafetação foi planeada para que nenhum profissional ficasse "geograficamente afastado do seu atual local de trabalho", procurando responder às necessidades dos agrupamentos e Quadros de Zona Pedagógica (QZP) a que pertencem. O ministro afirmou que "esses 90 professores vão garantir aulas a milhares de alunos" e admitiu que o número poderá aumentar ao longo do ano.
Esta medida, embora pontual, é vista por sindicatos como a Fenprof como insuficiente para resolver o problema estrutural da falta de docentes, que, segundo a federação, "não aparecem por geração espontânea".
Em resumoO regresso de docentes de funções administrativas às escolas é uma resposta direta e imediata do Governo à crise de pessoal, mas evidencia a profundidade do problema. A medida, embora garanta aulas a curto prazo, é considerada paliativa e sublinha a necessidade de políticas estruturais para atrair e reter professores na carreira.