No entanto, esta revolução tecnológica ocorre de forma maioritariamente individual e sem um enquadramento institucional claro, gerando desafios éticos e pedagógicos.

Um estudo da Católica Porto Business School revela que os docentes recorrem à IA para tarefas como corrigir erros de linguagem, procurar exemplos, gerar feedback para os alunos e estruturar apresentações.

A ferramenta é vista como fundamental, comparável ao Excel, libertando tempo para a interação humana e a mentoria.

Diogo Miranda, professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, defende que o sistema de ensino deve encarar a IA como “uma nova ferramenta facilitadora, tal como aconteceu com a calculadora”, em vez de a ver como um inimigo. Contudo, a adoção generalizada pelos alunos é uma fonte de ansiedade para os docentes, que se deparam com trabalhos superficiais, citações falsas e uma “confiança ilusória” dos estudantes em textos bem escritos mas sem substância crítica.

Para contornar o problema, os professores estão a adaptar os métodos de avaliação, privilegiando apresentações orais e projetos práticos. O estudo aponta para um “vazio institucional”, com falta de políticas claras, formação específica e diretrizes éticas, deixando os docentes a aprender por tentativa e erro.