Dados oficiais divulgados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) uma semana após o início das aulas revelam uma situação preocupante.
Segundo o balanço, falta, no mínimo, um professor em 635 de um universo de 810 agrupamentos de escolas, o que corresponde a 78% do total. A 17 de setembro, existiam 2.410 horários por preencher solicitados pelas escolas, dos quais 1.042 (43%) eram completos. A situação é particularmente grave em 38 estabelecimentos de ensino, que acumulavam mais de dez horários por ocupar. As disciplinas com maior carência de docentes, à semelhança de anos anteriores, são o pré-escolar, a educação especial, Português do 3.º ciclo e Informática.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) agrava este cenário, insistindo que há mais professores em falta este ano do que no anterior e que os horários a concurso correspondem a mais de 100 mil alunos afetados. Paradoxalmente, os dados do MECI indicam que, apesar desta carência generalizada, existem 16.400 professores com habilitação profissional que ainda não conseguiram colocação, um número que evidencia as complexidades e as disfunções do sistema de recrutamento, nomeadamente a recusa de docentes do Norte em aceitar colocações nas regiões mais carenciadas do Sul.














