Perante a divulgação de números que indicam uma carência generalizada de professores, o Ministro da Educação, Fernando Alexandre, procurou contextualizar o problema, assegurando que a maioria dos alunos tem aulas e que as falhas são pontuais e localizadas. O governante argumenta que, num universo de cerca de 130 mil professores, os 2.410 horários por preencher representam uma percentagem residual, cerca de 0,7% a 2%, e não significam necessariamente que os alunos fiquem sem aulas. Fernando Alexandre insiste que os diretores escolares dispõem de ferramentas para mitigar o problema, como a atribuição de horas extraordinárias.
"Na maior parte das escolas, mesmo muitas vezes aquelas que têm 10 horários em falta, todos os alunos têm aulas.
Isto é que importa", afirmou.
O ministro justifica a existência constante de horários por preencher com a dinâmica do sistema, nomeadamente as cerca de quatro mil aposentações anuais, além de baixas médicas e licenças.
Confrontado com a sua declaração na véspera do arranque do ano letivo, na qual garantia que 98% das escolas teriam todos os professores, Fernando Alexandre esclareceu que se referia a 98% das necessidades a nível nacional e não a 98% das escolas com quadros completos.
O ministro reitera que "o problema da falta de professores é um problema muito sério, muito grave, mas é localizado", concentrando-se nas regiões de Lisboa, Península de Setúbal e Algarve, e não um fenómeno generalizado por todo o país.
Em resumoA tutela enquadra a falta de professores como uma questão de gestão corrente e geograficamente circunscrita, minimizando o impacto real nos alunos através de mecanismos de substituição e horas extraordinárias. O ministro defende que, apesar das estatísticas, a esmagadora maioria dos estudantes não está privada do acesso às aulas.