Os dados oficiais do Ministério da Educação confirmam esta assimetria regional.

Das 38 escolas com mais de dez horários por preencher em todo o país, 20 localizam-se na zona de Lisboa e cinco na Península de Setúbal. O próprio Ministro da Educação, Fernando Alexandre, reconheceu esta concentração, afirmando que "70% desses 38 agrupamentos que, digamos, têm faltas significativas de professores estão na região da grande Lisboa e Península de Setúbal". O governante admitiu também que o Alentejo enfrenta dificuldades, com maior incidência no Litoral da região. "O principal problema encontra-se no Alentejo Litoral.

No interior temos algumas falhas, mas não são tão graves", declarou.

Esta disparidade regional é agravada pelo facto de a maioria dos 16.400 professores qualificados e ainda sem colocação se encontrar no Norte do país e não aceitar deslocar-se para as regiões mais a sul, onde a carência é maior. Este fenómeno evidencia não só um problema de recrutamento, mas também de mobilidade e de atratividade das condições de trabalho e de vida nestas zonas, onde o custo da habitação é um dos principais entraves para os docentes deslocados.