O Movimento Cidadão Diferente (MCD) e o Movimento para uma Inclusão Efetiva (MIE) denunciaram que vários agrupamentos de escolas, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, recusam matrículas ou encaminham sistematicamente alunos com necessidades educativas especiais para outras escolas, criando autênticos "guetos educativos".

Esta prática contraria o Decreto-Lei n.º 54/2018, que consagra o princípio da inclusão na escola regular.

Durante um protesto em Lisboa, dezenas de famílias exigiram o cumprimento da lei, relatando a falta de professores de educação especial, psicólogos, terapeutas e auxiliares.

Uma mãe presente na manifestação desabafou: "Não é justo termos de abdicar do trabalho porque não há onde deixar os nossos filhos". Em resposta, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, reconheceu as insuficiências do sistema: "Na educação inclusiva, (...) há necessidades que podem não estar satisfeitas". O governante comprometeu-se a rever os rácios de técnicos especializados, admitindo que as diversas realidades das crianças com necessidades específicas "não são tratadas com a distinção que merecem".

A tutela está a finalizar uma avaliação externa que servirá de base a uma revisão do modelo, a par da avaliação da descentralização de competências.