Esta diminuição acentuada, a mais significativa desde 2016, está a gerar um intenso debate sobre as suas causas e as implicações para o futuro do sistema.

No total, foram colocados 45.290 novos estudantes nas três fases do concurso, um número que contrasta com os 50.612 do ano anterior.

A quebra foi particularmente sentida nos institutos politécnicos, que viram a sua taxa de ocupação descer para 67,7%, deixando um terço das vagas por preencher. Instituições do interior, como os politécnicos de Tomar, Bragança, Guarda e Beja, registaram as taxas de ocupação mais baixas, inferiores a 40%. Em contrapartida, as universidades de Coimbra, Lisboa, Porto e o ISCTE mantiveram taxas de ocupação superiores a 95%. Reitores, presidentes de politécnicos e associações de estudantes apontam um conjunto de fatores para esta redução, incluindo o elevado custo do alojamento, as dificuldades económicas das famílias para suportar os custos de um estudante deslocado e as alterações nas regras de acesso, nomeadamente a obrigatoriedade de realização de exames nacionais para a conclusão do secundário. A situação levanta questões sobre a sustentabilidade de alguns cursos e instituições, especialmente fora dos grandes centros urbanos, e pressiona o governo e as entidades do setor a repensar as políticas de acesso e de apoio social aos estudantes.