Após a divulgação dos resultados que confirmaram uma diminuição de 10% nos colocados, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, agendou reuniões com os responsáveis das instituições de ensino superior, com especial atenção para os nove politécnicos mais afetados pela quebra. O presidente do Conselho de Reitores, Paulo Jorge Ferreira, confirmou que as regras de acesso e os modelos de exames poderão sofrer alterações. A controvérsia reside, em grande parte, na exigência de um mínimo de duas provas de ingresso para a maioria dos cursos. Para a presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Maria José Fernandes, esta regra é “muito castradora” e está a “impedir que milhares de jovens cheguem ao ensino superior”. Em sentido oposto, o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, defendeu que o requisito de duas provas “deve ser para manter”, alertando que “a via do facilitismo e da falta de qualidade não costumam acabar bem”. Falcão criticou ainda o que considera ser um “excesso” de vagas e cursos, especialmente em instituições do interior com viabilidade “duvidosa”, argumentando que a revitalização desses territórios não se resolve apenas com a presença do ensino superior.

O debate está, assim, lançado sobre a necessidade de reestruturar a oferta formativa e encontrar um equilíbrio entre o rigor académico e a equidade no acesso.