Segundo o ministro Fernando Alexandre, os dados deste ano estão em linha com os de 2019, último ano em que as condições de acesso foram idênticas. "Aquilo que explica este resultado [menos candidatos] foram de facto as mudanças das condições para a conclusão do secundário, com os exames nacionais, que passaram a ser novamente obrigatórios para a conclusão do secundário, e as duas provas de ingresso no ensino superior", afirmou. O governante refutou a tese de que o aumento das rendas e do custo de vida tenha tido impacto, sublinhando o investimento em alojamento estudantil. A visão do ministro é corroborada por Amílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra, que defende que o mínimo de duas provas de ingresso "deve ser para manter" e alerta que "a via do facilitismo e da falta de qualidade não costumam acabar bem". A quebra de candidatos é mais acentuada nos politécnicos do interior, com instituições como as de Tomar, Bragança, Guarda e Beja a registarem taxas de ocupação abaixo dos 40%. Esta realidade intensifica a preocupação com a sustentabilidade da rede de ensino superior em territórios de baixa densidade, com os presidentes dos politécnicos a alertarem que o aumento de vagas no litoral pode "asfixiar as instituições do interior".