O envelhecimento da profissão é um reflexo de décadas de políticas que não conseguiram garantir a renovação geracional. Muitos professores aproximam-se da reforma com "corpos cansados, almas esgotadas pela indisciplina crescente, pela burocracia sufocante", como descreve um artigo de opinião.

Esta exaustão, partilhada por muitos docentes nas recentes manifestações, compromete não só o bem-estar dos profissionais, mas também a dinâmica da sala de aula.

A falta de jovens agrava o problema, criando um vácuo que ameaça a sustentabilidade do sistema. Em vez de encarar o envelhecimento como um sinal de declínio, surgem propostas para redefinir o papel dos professores seniores.

Inspirado em modelos internacionais, como o "DuoDocente" da Finlândia, sugere-se uma nova arquitetura para a escola portuguesa, onde a experiência não é descartada, mas ativada.

Neste modelo, professores experientes poderiam assumir funções de mentoria, como "curadores de projetos" ou "mediadores de conflitos", apoiando os colegas mais novos que trazem novas energias e competências digitais.

Esta sinergia intergeracional poderia aliviar a pressão sobre os docentes mais velhos, valorizar a sua sabedoria e, ao mesmo tempo, melhorar a integração e o desenvolvimento dos recém-chegados, tornando a profissão mais sustentável e atrativa.