A situação agrava-se para os docentes mais jovens, a quem são frequentemente atribuídas as turmas mais problemáticas.
O relatório Teaching and Learning International Survey (TALIS 2024) traça um retrato desafiador para a classe docente em Portugal.
Os dados mostram que os professores perdem hoje mais tempo a manter a disciplina do que em 2018, com um em cada cinco docentes da OCDE a admitir dificuldades regulares em controlar o comportamento dos alunos. Portugal surge entre os países com maior percentagem de queixas, ao lado do Chile e da Finlândia, onde mais de 33% dos professores relatam sofrer com “ruído e desordem constantes”.
Esta situação, segundo os investigadores, “compromete o ambiente de aprendizagem e aumenta o desgaste emocional”.
Uma das conclusões mais gravosas do estudo é a constatação de que, em praticamente todos os países avaliados, “as turmas mais complicadas são atribuídas aos professores mais novos”.
Estes docentes menos experientes enfrentam alunos com maiores dificuldades de aprendizagem ou comportamento, uma prática que, segundo o TALIS, “pode levar muitos jovens professores a desistirem da profissão”. A sobrecarga de trabalho é outra queixa proeminente, com mais de metade dos professores portugueses a lamentarem o excesso de aulas e de carga administrativa, uma percentagem significativamente acima da média da OCDE, que é de 31%.














