No entanto, este contentamento coexiste com elevados níveis de stress, insatisfação salarial e uma perceção de desvalorização social, levando mais de um quarto dos jovens docentes a ponderar abandonar a profissão.
O estudo internacional revela um paradoxo na docência em Portugal: 94% dos professores afirmam estar satisfeitos com o seu trabalho, um valor superior à média da OCDE (90%).
Contudo, esta satisfação profissional é ensombrada por condições adversas.
Apenas 13% dos inquiridos concordam com os seus ordenados, um valor três vezes inferior à média da OCDE (39%), e só 39% estão satisfeitos com os termos do seu contrato, em comparação com 68% na média dos países da organização. O stress é outro fator crítico, com 26% dos docentes portugueses a afirmarem sofrer “muito de stress” (média da OCDE é 19%), e 16% a considerar que o trabalho prejudica gravemente a sua saúde mental. A perceção de desvalorização é igualmente acentuada: apenas 9% dos professores em Portugal acreditam que a sua profissão é valorizada pela sociedade, um número muito abaixo da média de 22% da OCDE. Esta conjugação de fatores tem um impacto direto na retenção de talento. O inquérito alerta que 27% dos professores portugueses com menos de 30 anos admitem a possibilidade de deixar a profissão nos próximos cinco anos, um número preocupante para a sustentabilidade do sistema educativo.














