Este problema, destacado no relatório internacional TALIS 2024 da OCDE, revela uma deterioração do ambiente de aprendizagem e afeta desproporcionalmente os docentes mais jovens e menos experientes. O estudo, que contou com a participação de mais de 280 mil professores a nível mundial, mostra que os docentes portugueses perdem agora mais tempo a manter a disciplina do que em 2018. Com 35,8% dos professores a relatarem interrupções frequentes, Portugal surge em destaque ao lado de países como o Brasil e o Chile. A situação é agravada pela prática de atribuir as turmas mais problemáticas aos professores em início de carreira, o que, segundo o relatório, aumenta o risco de abandono da profissão.
Em Portugal, 27% dos docentes com menos de 30 anos admitem ponderar deixar o ensino nos próximos cinco anos. Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), considera os dados “preocupantes” e defende uma revisão urgente do Estatuto do Aluno e Ética Escolar, um documento com mais de 13 anos que considera “desatualizado”.
A indisciplina, a par da burocracia, é vista como um fator central para o stress e o cansaço que afetam a classe, exigindo medidas concretas para restaurar a autoridade e o respeito na sala de aula.














