A situação é considerada preocupante pelos diretores escolares e agrava-se para os docentes mais jovens e inexperientes, a quem são habitualmente atribuídas as turmas mais complicadas.

O stress é outra componente crítica: 79% dos professores portugueses apontam o excesso de trabalho administrativo como uma fonte de pressão, e uma percentagem igual sente-se pressionada pelo desempenho dos alunos. Como resultado, 26% afirmam sofrer de stress elevado e 16% admitem que o trabalho prejudica gravemente a sua saúde mental.

A desvalorização social agrava o cenário, com apenas 9% dos docentes a considerar que a sociedade valoriza a sua profissão, um valor muito inferior à média de 22% da OCDE.

Em resposta a estes desafios, o Governo formalizou a proibição do uso de telemóveis e outros equipamentos eletrónicos para os alunos do 1.º e 2.º ciclos, uma medida que visa combater a indisciplina e melhorar o ambiente de aprendizagem. No entanto, os sindicatos, como o SIPE, continuam a alertar para o excesso de burocracia como um dos principais problemas que afetam a classe.