Portugal enfrenta uma crise de recrutamento sem precedentes, com a necessidade de contratar dezenas de milhares de novos professores até 2034 para colmatar as saídas por aposentação. A dificuldade em atrair jovens para a carreira docente ameaça deixar milhares de alunos sem aulas em disciplinas-chave, comprometendo o futuro do sistema educativo. Um estudo da Nova SBE, citado em vários artigos, quantifica a dimensão do desafio: será necessário recrutar, em média, 3.450 novos professores por ano até ao ano letivo de 2030/31, o que totaliza uma necessidade acumulada de 34.508 docentes. Este número corresponde a quase 29% do corpo docente em funções em 2018/19.
O autor do estudo, Luís Catela Nunes, manifesta ceticismo quanto à capacidade do sistema para atingir estas metas, especialmente em áreas críticas como Português, Matemática e Física, questionando: “É possível formar 1800 professores de Português, 1000 de Matemática e 800 de Física até 2029?
Não”.
Esta dificuldade está diretamente ligada à baixa atratividade da profissão, marcada por salários pouco competitivos em início de carreira, precariedade e condições de trabalho exigentes. O Ministro da Educação, Fernando Alexandre, reconheceu o problema, afirmando que o Governo está a tomar medidas para valorizar a carreira e trazer de volta profissionais que a abandonaram. No entanto, a escala do problema exige uma resposta estrutural e sustentada para garantir que as escolas não fiquem sem professores qualificados.
Em resumoA necessidade de recrutar cerca de 3.450 novos professores por ano até 2031, conforme aponta um estudo da Nova SBE, revela a dimensão da crise de pessoal no ensino. A baixa atratividade da carreira e a dificuldade em formar docentes em número suficiente ameaçam a cobertura de disciplinas essenciais e o funcionamento do sistema educativo.