Especialistas apontam a pressão escolar e o bullying como fatores decisivos, defendendo uma intervenção mais robusta e precoce no contexto educativo para travar esta epidemia silenciosa.
A pedopsiquiatra Neide Urbano, do Hospital Dona Estefânia, alerta para o crescente número de adolescentes, com cerca de 15 anos, que recorrem às urgências por autoagressões ou intoxicações medicamentosas voluntárias.
A especialista sublinha o peso da escola neste sofrimento, afirmando que “há miúdos que acabam a escolaridade obrigatória e deixam de ter doença mental, entre aspas”.
Um estudo realizado em 310 escolas no âmbito do programa de prevenção “Mais Contigo” revela dados alarmantes: 41% dos adolescentes apresentam sintomatologia depressiva moderada ou grave.
Outro estudo, citado pela psicóloga Tânia Gaspar, indica que um em cada quatro jovens portugueses já recorreu a comportamentos autolesivos.
Perante este cenário, os especialistas defendem a necessidade de criar espaços seguros nas escolas para discutir emoções e de instituir consultas regulares de pedopsiquiatria como medida preventiva. A falta de recursos, no entanto, continua a ser um obstáculo, com “listas de espera muito significativas” nos serviços de saúde mental, o que agrava o quadro clínico dos jovens enquanto aguardam por apoio.














