A proposta de Orçamento do Estado para 2026 prevê um aumento na dotação para a Educação, com grande parte destinada a despesas com pessoal, mas as federações sindicais consideram o valor insuficiente e criticam a falta de resposta aos problemas estruturais do setor. A proposta orçamental para 2026 aloca 7,54 mil milhões de euros à Educação, um aumento de 4,5% face à execução estimada para 2025. Deste montante, a maior fatia, 6,2 mil milhões de euros (82,3%), destina-se a despesas com pessoal, refletindo um acréscimo de 207,4 milhões de euros. Segundo o documento governamental, esta verba visa financiar a “valorização das carreiras, da recuperação do tempo de serviço dos professores e da contratação de pessoal docente”. O objetivo declarado é promover a “fixação e atratividade da carreira docente e reverter o efeito das aposentações”.
Contudo, esta visão otimista não é partilhada pelas estruturas sindicais.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) classificou a proposta como um “insulto aos profissionais e às escolas públicas”, argumentando que os aumentos não compensam a desvalorização acumulada e não resolvem os problemas de fundo. De forma semelhante, a Federação Nacional de Educação (FNE) considera que o orçamento “não responde às necessidades urgentes de rejuvenescimento da profissão docente”, ficando aquém do necessário para garantir estabilidade no emprego e melhores condições de trabalho. A crítica sindical aponta para uma desconexão entre o investimento anunciado e as carências sentidas no terreno, como a sobrecarga de trabalho e a falta de atratividade da carreira, sugerindo que o aumento orçamental é insuficiente para reverter um ciclo de desvalorização que afeta o sistema educativo.
Em resumoO Orçamento do Estado para 2026 aumenta a verba para a Educação, com foco nas despesas com pessoal docente. No entanto, os sindicatos consideram o investimento insuficiente para resolver os problemas crónicos do setor, como a desvalorização da carreira e as más condições de trabalho, antevendo a continuação de um clima de contestação.