Este desgaste tem consequências concretas: um artigo noticia que mais de 400 docentes irão abandonar o ensino já em novembro, o número mensal mais elevado do ano, agravando a já sentida falta de professores. A indisciplina nas salas de aula é outro fator de exaustão, com um em cada três professores a queixar-se deste problema, e mais de metade a sentir-se em stress devido ao excesso de trabalho. A estes desafios junta-se o elevado custo de vida, especialmente nas grandes cidades, uma realidade que levou os Franciscanos, em Lisboa, a disponibilizar quartos “a preço acessível” para docentes deslocados, numa tentativa de mitigar as dificuldades de alojamento. A perspetiva crítica é aprofundada num artigo de opinião que descreve a situação como um “silêncio pedagógico do abismo”, onde a desmotivação e o conformismo tomaram conta de uma profissão esvaziada da sua paixão original, transformando a escola num “cemitério de perguntas”.