A frase do diretor Jorge Tavares, "Quem disser que a docência é fácil nunca viveu numa sala de aula", resume o sentimento de muitos profissionais.

Um dos temas centrais é a indisciplina, descrita como um fator que "compromete a aprendizagem e a relação professor/aluno".

Esta questão reflete um problema mais vasto de desvalorização da autoridade e do papel do professor na sociedade. Outra crítica contundente vem da perspetiva de uma professora de Física e Química, que, a partir de um simples problema de matemática não resolvido por uma turma, conclui que o sistema educativo falha em ensinar o raciocínio lógico, focando-se excessivamente em resultados e na aplicação de fórmulas em detrimento da compreensão conceptual.

Esta falha, segundo a autora, transforma os alunos em "bons executores, mas maus pensadores".

Uma outra análise, de cariz mais acutilante, descreve um cenário de apatia generalizada, onde os professores se tornaram meros burocratas que desistiram de aprender e de inspirar. O autor de "O silêncio pedagógico do abismo" argumenta que a paixão pela docência foi substituída pelo "medo de saber menos que o aluno" e pela adesão acrítica a manuais e PowerPoints, transformando a educação num "cemitério de perguntas".

Em conjunto, estas perspetivas revelam um profundo mal-estar na profissão, onde o desgaste, a falta de reconhecimento e as falhas sistémicas minam a capacidade dos professores de cumprirem a sua missão educativa.