Este aumento reflete uma das respostas do sistema educativo à crescente falta de professores, embora a sua integração enfrente desafios burocráticos e salariais. De acordo com dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), o número de professores não portugueses subiu de 2.151 em 2013/14 para 3.921 em 2023/24, um aumento de 82%.

Deste total, 2.103 exercem funções do pré-escolar ao ensino secundário, e 1.818 no ensino superior. As principais nacionalidades no ensino não superior são a britânica (17,5%), francesa (15%) e brasileira (12,5%).

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) considera que o recurso a docentes estrangeiros “pode ser uma das soluções” para a carência de pessoal, “desde que sejam respeitadas as qualificações necessárias”.

A Federação Nacional da Educação (FNE) reforça a necessidade de “acompanhamento, formação e apoio institucional”.

No entanto, a integração destes profissionais não está isenta de dificuldades.

O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) alerta que “os baixos salários e o aumento dos preços da habitação têm dificultado a captação de mais docentes estrangeiros”.

Um exemplo paradigmático é o caso de uma professora brasileira, Gianna Ribeiro, que, após lecionar durante um ano e meio, viu o seu concurso anulado pelo Ministério da Educação e foi afastada em pleno ano letivo, ilustrando os obstáculos burocráticos que podem surgir.