As desigualdades são visíveis nas taxas de transição e na escolha de cursos, levantando questões sobre a equidade do sistema. Os dados do relatório “Tornar o Ensino Superior mais inclusivo em Portugal” são claros: em 2023/2024, menos de metade (48%) dos alunos beneficiários de ação social escolar (ASE) prosseguiram para o ensino superior, um valor inferior aos 57% registados entre os alunos sem ASE. A disparidade é ainda mais acentuada para os estudantes do escalão A (rendimentos mais baixos), dos quais apenas 41% seguiram para universidades ou politécnicos. A OCDE identifica também um padrão nas escolhas, com os alunos carenciados a optarem mais frequentemente por institutos politécnicos.
O acesso a cursos de excelência, com notas de entrada superiores a 17 valores, é particularmente difícil, com apenas 6% dos candidatos com ASE a conseguirem um lugar, contra 14% dos restantes. A organização aponta como causas a dificuldade de acesso a explicações pagas e uma divergência entre as classificações internas das escolas e os resultados dos exames nacionais, que tende a prejudicar os alunos de menores rendimentos. O relatório recomenda a criação de vias de acesso alternativas para alunos do ensino profissional e a ponderação de contingentes que reconheçam as “diferenças sistémicas nas oportunidades”.














