Esta carência estrutural está a ser colmatada, em parte, por um recurso crescente a docentes estrangeiros.

O Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, confirmou que, na semana passada, existiam ainda cerca de mil horários por preencher nas escolas portuguesas.

Embora tenha sublinhado que a situação “não quer dizer que os alunos estejam sem aulas”, uma vez que os diretores recorrem a horas extraordinárias para suprir as falhas, a admissão do número evidencia a gravidade de um problema que se arrasta há vários anos.

Segundo o ministro, metade destes horários são incompletos, o que torna a sua contratação mais difícil.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) é criticada pelo governante por, na sua visão, associar diretamente a falta de professores a alunos sem aulas. Esta crise de recrutamento é agravada pelo envelhecimento da classe docente e pelo elevado número de aposentações.

Como consequência, Portugal tem recorrido cada vez mais a docentes de outras nacionalidades, cujo número quase duplicou na última década, atingindo um recorde de 3.921 em 2023/24, com destaque para as nacionalidades britânica, francesa e brasileira no ensino não superior.

A Madeira, por sua vez, enfrenta uma “fuga de professores” do setor privado para o público, com 130 docentes a fazerem essa transição nos últimos dois anos, maioritariamente do pré-escolar e 1.º ciclo.

Esta mobilidade interna agrava a pressão sobre as escolas privadas e demonstra a instabilidade do mercado de trabalho docente na região.