A investigação, despoletada por uma queixa anónima, alega que docentes teriam pago a outros profissionais para aderirem à paralisação.

A ação da PJ de Setúbal representa um desenvolvimento invulgar no contexto dos protestos da classe docente.

A investigação teve início em janeiro, com a inquirição de alguns assistentes operacionais, e foi retomada nove meses depois, abrangendo agora também professores.

A base do inquérito é uma denúncia anónima que acusa os docentes de uma prática grave: pagar a outros funcionários da escola para que estes fizessem greve.

Esta alegação, se comprovada, poderia configurar um ilícito criminal, transformando um ato de protesto laboral num caso de polícia.

A notícia destaca a seriedade da situação, que transcende o habitual debate sobre os serviços mínimos e o direito à greve, introduzindo uma suspeita de coação ou suborno no seio da comunidade escolar. A intervenção da Polícia Judiciária para investigar a organização de uma greve é um facto raro e sinaliza a gravidade das acusações, podendo ter implicações significativas para o movimento sindical docente e para a forma como os protestos são percebidos e enquadrados legalmente no futuro.

A investigação continua em curso para apurar a veracidade dos factos denunciados.