A publicação indevida de uma lista de admissão ao curso de Medicina na Universidade do Porto (U.Porto) gerou uma forte polémica, levando o Ministro da Educação a exigir consequências e o Ministério Público a abrir um inquérito. O caso envolveu a divulgação de uma lista de 30 candidatos admitidos através de um concurso especial que, segundo o reitor da U.Porto, não foi por si homologada como manda a lei. O Ministro da Educação, Fernando Alexandre, afirmou em audição parlamentar que a "publicação indevida" da lista por parte do diretor da Faculdade de Medicina (FMUP), "à revelia do reitor", deveria ter "consequências dentro da própria U.Porto".
O ministro revelou que a sua única intervenção no processo foi solicitar um parecer à Inspeção-Geral de Educação e Ciência sobre a possibilidade de criar vagas supranumerárias para resolver a situação, parecer esse que foi negativo. Fernando Alexandre teve ainda de vir a público clarificar que nunca pressionou o reitor, depois de notícias que o implicavam.
O diretor da FMUP, por sua vez, assumiu em audição parlamentar que houve um "lapso" na publicação da lista, que deveria ter sido assinalada como "retificada" e não "homologada". A controvérsia adensou-se com relatos de que o reitor teria recebido pressões de pessoas "influentes e com acesso ao poder" para admitir os candidatos, alegações que levaram a Procuradoria-Geral da República a confirmar a existência de um inquérito. O episódio expôs tensões na governação universitária e levantou questões sobre a transparência e equidade nos processos de acesso ao ensino superior.
Em resumoA polémica na Faculdade de Medicina do Porto realça as fragilidades nos processos de admissão e a importância da autonomia e responsabilidade das instituições de ensino superior. O caso, agora sob investigação judicial, mancha a reputação do sistema de acesso e exige um apuramento rigoroso de responsabilidades para restaurar a confiança pública.