A medida visa promover a socialização e reduzir a dependência digital, embora ainda seja cedo para tirar conclusões definitivas.

Implementada há cerca de um mês, a restrição ao uso de dispositivos móveis nos primeiros ciclos do ensino básico parece estar a cumprir um dos seus principais objetivos: incentivar a interação social direta entre os alunos.

O testemunho de responsáveis escolares, que observam uma mudança positiva no comportamento das crianças durante os intervalos, sugere que a ausência dos ecrãs está a reavivar brincadeiras tradicionais e a comunicação interpessoal. Algumas escolas, antecipando a necessidade de alternativas, investiram em jogos tradicionais para equipar os recreios, uma estratégia que parece estar a ser bem-sucedida.

Apesar do otimismo inicial, os diretores escolares mantêm a prudência, sublinhando que é necessário mais tempo para avaliar o impacto global da medida.

As dinâmicas escolares são complexas, e a mudança de hábitos digitais tão enraizados na sociedade exige uma observação prolongada.

A discussão sobre a presença de telemóveis no espaço escolar não é nova, mas esta proibição representa uma das primeiras medidas concretas e generalizadas em Portugal para os ciclos mais jovens, alinhando o país com uma tendência que tem vindo a ganhar força em várias partes da Europa.

O debate continua aberto sobre a extensão da medida a outros ciclos de ensino e até mesmo sobre a utilização dos aparelhos pelos próprios professores.