Vários agrupamentos escolares reportam que os espaços estão “saudavelmente mais ruidosos”, com as crianças a interagir mais entre si, a brincar e a conversar. O Agrupamento de Escolas da Zona Urbana da Figueira da Foz, por exemplo, considera a medida uma “mais-valia”, destacando um vídeo que mostra crianças a fazer música com baldes e paus, um sinal do regresso a formas de socialização mais tradicionais.
No entanto, a implementação da medida não é consensual em todos os seus aspetos.
O Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, tornou-se pioneiro ao alargar a proibição a professores e funcionários nos espaços comuns, como corredores e recreios, com o objetivo de “dar o exemplo”. Esta decisão gerou contestação entre docentes e diretores de outras escolas, que a consideram “excessiva” e de difícil aplicação, argumentando que o telemóvel é uma ferramenta de trabalho essencial para comunicações urgentes. A polémica adensa-se com as conclusões de um estudo recente da Universidade Radboud, nos Países Baixos, que sugere que a proibição total de smartphones pode ter efeitos negativos na saúde mental dos alunos. A investigadora Sanyogita Khare alerta que, embora não se tenham verificado alterações significativas na “solidão social”, observou-se um aumento da “solidão emocional”, relacionada com a perda de proximidade em amizades mais íntimas, o que pode afetar particularmente os jovens socialmente mais vulneráveis.














