Esta instabilidade, como aponta um dos artigos, afeta o desenvolvimento pedagógico e emocional dos alunos numa fase crucial da sua formação.

A situação é tão grave que alguns pais consideram mudar os filhos para o setor privado ou até organizar-se para lhes dar aulas ao sábado.

O problema não se cinge ao ensino diurno.

Várias escolas estão a ser forçadas a abolir o ensino noturno devido à carência de professores disponíveis para assegurar os horários. Esta redução da oferta formativa para adultos compromete as oportunidades de qualificação para muitos cidadãos que procuram no ensino noturno uma segunda oportunidade para concluir os seus estudos.

A situação agrava-se com o desinvestimento em estruturas de apoio, como o Plano Nacional de Leitura, que, segundo um dos artigos, funciona atualmente com apenas três dos seus catorze funcionários originais, o que limita a sua capacidade de promover a literacia a nível nacional. Embora o Orçamento do Estado para 2026 preveja um aumento de verbas para a Educação, incluindo o financiamento para a recuperação do tempo de serviço dos professores, a crise de falta de docentes demonstra que os desafios vão além das questões salariais, exigindo uma resposta estratégica para a valorização e atratividade da carreira docente.