O guardião da casa, frei Daniel Teixeira, justificou a medida com a necessidade de combater a indiferença social perante as dificuldades que estes profissionais enfrentam para encontrar alojamento acessível, afirmando: “Não podemos ficar instalados comodamente nos nossos conventos”.

Esta ação solidária expõe a gravidade do problema da habitação, que força muitos docentes colocados longe da sua área de residência a viver em condições precárias ou a despender uma parte insustentável do seu salário em rendas. A par da habitação, as condições de trabalho dentro das próprias escolas também são motivo de queixa. Em algumas escolas do Entroncamento, por exemplo, pais e professores queixam-se de problemas recorrentes nos sistemas de ar condicionado, resultando em salas de aula demasiado frias no inverno ou excessivamente quentes no verão, o que afeta o bem-estar e a concentração de alunos e docentes. A estas dificuldades materiais soma-se um sentimento de desvalorização profissional, abordado num artigo de opinião sobre a monodocência.

O texto critica a visão simplista sobre o trabalho dos professores do pré-escolar e 1.º ciclo, sublinhando o “desgaste físico e emocional” de uma profissão que exige uma “entrega total e uma resiliência extraordinária”, muitas vezes sem o devido reconhecimento ou apoio institucional.