Este silêncio representa um desafio acrescido para pais e professores, que se encontram na linha da frente da proteção dos jovens.

Os dados divulgados pela Guarda Nacional Republicana (GNR) são reveladores: no ano letivo 2024/2025, foram registadas 119 ocorrências, das quais 106 de bullying e 13 de cyberbullying. Apenas no início do presente ano letivo, a GNR já realizou 336 ações de sensibilização que abrangeram quase 13 mil crianças.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) também intensificou as suas ações com a operação “Bullying é para os fracos”.

No entanto, o alerta mais preocupante vem da OPP, que revela que a maioria das vítimas não procura ajuda dos adultos “por medo do que possam vir a pensar e por receio de perderem o acesso às tecnologias digitais”. Este medo de retaliação ou de punição, como a perda do telemóvel, cria uma barreira que impede a denúncia e perpetua o sofrimento. Para os professores, esta realidade traduz-se num ambiente de trabalho mais complexo, onde a vigilância constante e a capacidade de identificar sinais subtis de angústia nos alunos se tornam competências essenciais.

As autoridades e psicólogos recomendam que pais e educadores estejam atentos a sinais como alterações de humor, isolamento social, queixas físicas recorrentes ou uma quebra no rendimento escolar, e que promovam um diálogo aberto sobre a segurança online e o respeito mútuo.