O caso levantou um debate sobre a autonomia universitária e a transparência dos processos de seleção no ensino superior.
A controvérsia surgiu quando o reitor da Universidade do Porto (U.Porto), António de Sousa Pereira, se recusou a homologar a lista de 30 candidatos admitidos pela Faculdade de Medicina (FMUP), alegando que estes não tinham obtido a classificação mínima de 14 valores na prova de acesso, conforme exigido. O reitor denunciou ter recebido "pressões de várias pessoas influentes e com acesso ao poder" para validar a entrada dos estudantes.
Por sua vez, o diretor da FMUP, Altamiro da Costa Pereira, admitiu em audição parlamentar ter havido um "lapso" na comunicação aos candidatos, mas recordou que em 2019 entraram 37 candidatos com nota inferior a 14 "sem problema nenhum". Sentindo-se lesados, 24 dos 30 candidatos avançaram com uma ação em tribunal, alegando que mudaram de cidade e abandonaram empregos com base na informação de que tinham sido aceites. O reitor, António de Sousa Pereira, afirmou que os candidatos têm o direito de recorrer aos tribunais e que não irá "obstaculizar" uma eventual alteração do regulamento proposta pelo Conselho Científico da faculdade, desde que "cumpra a lei".
O Ministério Público abriu um inquérito para investigar o caso.














