A paralisação, que registou uma adesão expressiva, deixou milhares de alunos sem aulas e expôs as tensões entre os sindicatos e o Governo sobre as condições salariais e de trabalho. A greve, realizada a 24 de outubro, teve um impacto generalizado no setor da educação, com os sindicatos a apontarem para uma adesão a rondar os 80% a 90%.
A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e a Frente Comum relataram o encerramento de centenas de estabelecimentos de ensino em várias regiões, incluindo Lisboa, Porto, Viseu, Covilhã, Almada, Sintra, Felgueiras e Valongo. A paralisação não se limitou aos docentes; o pessoal não docente, representado por sindicatos como o STMO, também aderiu em massa, inviabilizando o funcionamento de muitas escolas por falta de condições de segurança e de apoio. As reivindicações centram-se na exigência de um aumento salarial de 15%, no mínimo de 150 euros, na valorização das carreiras, na defesa dos serviços públicos e na revogação do sistema de avaliação de desempenho (SIADAP). Os sindicatos acusam o Governo de promover uma “política de empobrecimento” e de desinvestir na escola pública.
Feliciano Costa, da FENPROF, destacou que a greve teve “uma grande expressão”, enquanto Tiago Oliveira, da CGTP, afirmou que a “enorme adesão” revela um “sentimento generalizado dos trabalhadores no sentido de avançarem para a luta”. A situação gerou constrangimentos para milhares de famílias, que se viram obrigadas a encontrar alternativas para os filhos. Em alguns casos, como em Cascais, surgiram denúncias de que funcionários de associações de pais estariam a substituir trabalhadores em greve, uma prática que os sindicatos consideram “ilegal”.














