O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) abriu um concurso extraordinário para o preenchimento de 1.800 vagas em Quadros de Zona Pedagógica (QZP) consideradas carenciadas, localizadas no Algarve, Alentejo, Península de Setúbal e, maioritariamente, em Lisboa e Vale do Tejo. Esta medida visa combater a falta estrutural de docentes e fixar professores em regiões com maiores dificuldades de recrutamento. A portaria publicada em Diário da República detalha a distribuição das vagas, com a região de Lisboa e Vale do Tejo a absorver mais de metade do total, com 983 lugares.
Para a Península de Setúbal foram alocadas 350 vagas, para o Algarve 280 e para o Alentejo 135.
Os grupos de recrutamento com maior número de vagas são Português do 3.º ciclo e secundário (310), Informática (234) e Matemática (192).
O MECI define uma QZP como carenciada quando o número de horários anuais completos por preencher é superior à média nacional.
Esta iniciativa enquadra-se numa estratégia mais ampla para responder a um problema crónico do sistema educativo, agravado pelo envelhecimento da classe docente.
Um estudo recente indica a necessidade de recrutar 39 mil novos professores até 2034/2035, mas a capacidade de formação atual só garante 20 mil. Para além do concurso, o Governo alargou o apoio à deslocação para docentes colocados a mais de 70 quilómetros da sua residência e celebrou protocolos com onze instituições de ensino superior para reforçar a formação inicial de professores, com um investimento de 27 milhões de euros até 2031.
Em resumoO concurso extraordinário de 1.800 vagas é uma resposta direta à crise de falta de professores em Portugal, focando-se nas zonas mais críticas como Lisboa. A medida, complementada por apoios à deslocação e investimento na formação, procura estabilizar os quadros docentes e garantir o normal funcionamento das escolas, abordando um dos maiores desafios estruturais da educação no país.