A Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou que, a partir de janeiro de 2026, a opção por refeições vegetarianas nas escolas públicas da cidade deixará de estar disponível para marcação pontual, passando a ser reservada a alunos que assumam este regime de forma permanente. A medida, justificada com a necessidade de reduzir o desperdício alimentar, motivou a criação de uma petição pública que a considera “discriminatória” e um “retrocesso”. Num email enviado aos encarregados de educação, a autarquia informou que a opção vegetariana “não poderá ser disponibilizada de forma pontual ou ocasional”.
Para ter acesso diário a um prato vegetariano, os pais deverão formalizar um pedido junto da coordenação da escola, que, após validação, atribuirá ao aluno a designação de “restrição alimentar”. A vereadora da Educação, Sofia Athayde, esclareceu que “não é verdade que a livre escolha das refeições vegetarianas vá acabar”, tratando-se de uma “clarificação de regras” para combater o desperdício causado pela “imprevisibilidade do número de refeições a confecionar”. No entanto, a petição, que já reuniu mais de 1.200 assinaturas, argumenta que a decisão cria “barreiras administrativas” e contraria o espírito da lei que garante o direito à opção vegetariana nas cantinas públicas.
Os subscritores defendem que a escolha por refeições sem carne ou peixe é feita por diversos motivos — saúde, ambientais ou preferência pessoal — e não deve ser limitada por burocracia.
Em resumoA decisão da CML de restringir a escolha diária de refeições vegetarianas nas escolas gerou um conflito entre a gestão de recursos e a liberdade de escolha das famílias. Enquanto a autarquia foca a sua justificação na redução do desperdício, os críticos veem na medida um obstáculo à promoção de hábitos alimentares mais sustentáveis e um desrespeito pelas opções individuais.