O caso levanta questões sobre a conduta ética no ensino superior e a segurança dos estudantes.

A queixa, apresentada por um grupo de alunas com idades entre os 17 e os 22 anos, alega "importunação em redes sociais". As estudantes relatam que o professor as segue nas redes sociais, coloca "'likes' (gosto) em fotos privadas, interage com as 'stories' (histórias em vídeo partilhadas) e manda mensagens inoportunas".

Face à "gravidade das situações relatadas", o diretor da FMUP, Altamiro da Costa Pereira, determinou "a suspensão preventiva e imediata do docente em causa".

A instituição assegurou que "todas as denúncias de comportamentos inapropriados são tratadas com a máxima seriedade e rigor" e expressou "solidariedade e apoio a todas as pessoas que se sintam afetadas". O professor visado, em resposta à Lusa, negou veementemente as acusações, afirmando: "Gostaria de esclarecer, de forma inequívoca, que nunca assediei ninguém, seja pessoalmente ou através de meios digitais. Trata-se de um caso de roubo de identidade". As alunas, que preferiram manter o anonimato por receio de represálias, indicam que o comportamento se estende a estudantes de outras faculdades e que o docente interage de forma semelhante com muitas outras mulheres, incluindo em fotos de crianças. A Reitoria da U.Porto confirmou a receção da queixa, que deu entrada nos serviços jurídicos a 24 de outubro, e remeteu o caso para o diretor da faculdade, que tem o "poder disciplinar sobre os elementos da sua faculdade".