Durante uma intervenção na comissão parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2026, o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, reconheceu que “um dos problemas mais graves é a falta de professores”.

Segundo os dados apresentados, a 24 de outubro, existiam 1.240 horários por preencher em 480 agrupamentos de escolas, sendo que 12 destes agrupamentos tinham dez ou mais horários vagos.

Esta carência está “toda concentrada” em zonas específicas, o que agrava as desigualdades territoriais no acesso à educação.

Para combater o problema, o Governo prevê no Orçamento “gastar mais 118 milhões de euros”, verba destinada a medidas como o apoio à deslocação para docentes colocados longe de casa e um novo concurso externo extraordinário para as escolas com maiores dificuldades de contratação. Contudo, o ministro admitiu a incapacidade do sistema em quantificar o impacto real nos alunos, afirmando: “Muitos de nós gostaríamos de saber responder ao número de alunos sem aulas.

O sistema ainda não está montado para responder a isso.

Vai estar”.

Esta lacuna informativa dificulta a perceção da verdadeira dimensão da crise.

Em paralelo, outras fontes noticiosas apontam para um défice de 1.800 lugares por preencher, incluindo 310 professores de português e 192 de matemática, criticando o silêncio dos sindicatos e da comunicação social sobre o tema.