Centenas de estudantes do ensino superior de todo o país manifestaram-se em Lisboa contra a decisão do Governo de descongelar o valor das propinas a partir do ano letivo 2025/2026. Os manifestantes exigem a reversão da medida e a retoma do caminho para a gratuitidade do ensino, alertando que o aumento agravará as dificuldades financeiras de muitas famílias. A manifestação, convocada pelo Movimento Associativo Estudantil, decorreu no dia da votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2026 e juntou estudantes de diversas instituições, que marcharam do Rossio até à Assembleia da República sob chuva intensa. Com palavras de ordem como “A propina é para acabar, não é para aumentar” e “Bolsas sim, propinas não”, os jovens contestaram a atualização do valor máximo da licenciatura, que passará de 697 para 710 euros anuais. Guilherme Vaz, presidente da associação de estudantes da FCSH, afirmou que o objetivo é “reverter o aumento da propina e retomar o caminho da gratuitidade”.
A Federação Académica do Porto (FAP) também se opôs à medida, defendendo que “Portugal precisa de mais diplomados” e que o ensino superior deve ser visto como “o melhor investimento público”.
Além do aumento das propinas, os estudantes apontam o elevado custo do alojamento como um dos principais obstáculos, com rendas em Lisboa a rondarem os 500 euros mensais.
O Governo justifica a medida com o facto de as propinas estarem congeladas desde 2020 e garante que será acompanhada por um reforço da ação social, argumento que não convence os estudantes, que temem que este seja apenas o primeiro de futuros aumentos.
Em resumoO anúncio do descongelamento das propinas mobilizou centenas de estudantes numa manifestação nacional em Lisboa, refletindo um descontentamento generalizado com o aumento do custo de vida no ensino superior. As associações estudantis exigem a anulação da medida e um maior investimento na ação social, considerando o aumento um entrave ao acesso à educação e um passo atrás no objetivo da gratuitidade.