Dois problemas concretos ilustram os desafios existentes.

Por um lado, a denúncia de que, com o primeiro período letivo já a decorrer, muitos alunos cegos ou com baixa visão ainda não receberam os manuais escolares em braille. Esta falha compromete diretamente o seu processo de aprendizagem e a sua capacidade de acompanhar as aulas em pé de igualdade com os colegas. Por outro lado, a Associação Portuguesa de Autismo do Norte (APAN) expressa a sua frustração pela ausência de uma parceria formal com o Ministério da Educação para a formação de docentes. A presidente da associação lamentou: "Nunca tivemos uma parceria com o Ministério da Educação.

Foi sempre uma frustração nossa".

A falta de preparação dos professores para lidar com as especificidades do autismo resulta, muitas vezes, no isolamento dos alunos e na redução ou ausência de ensino especial adequado.

Estes casos demonstram que, apesar da legislação e das políticas de inclusão, a sua implementação no terreno é deficiente, exigindo uma resposta mais célere e estruturada por parte da tutela para equipar as escolas com os recursos humanos e materiais necessários.